terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Pessoas


Essa noite fui ao apartamento de uma amiga. Sentamos na varanda em pleno 6° andar e em um certo momento ela foi atender um telefonema - bastante demorado por sinal. Nesse tempo eu fiquei alí, parado na varanda, aproveitando aquele ventinho frio. Foi então que parei para reparar em todas aquelas luzes acesas nas casa e apartamentos espalhados pelo horizonte. Fiquei um tanto impressionado com aquela cena - que no geral sempre nos passa batida, como muitas outras coisas.

Só de imaginar que dentro de cada cubículo brilhoso daquele, tinha dentro uma pessoa ou mais. Cada pessoa dessa com uma fabulosa história de vida; com seus erros, seus acertos, suas perdas, suas ganhas. Que cada pessoa era representante de uma cultura e de uma particularidade diferente; negros, brancos, japoneses, paulistanos, americanos, natalenses, mulheres, crianças, homens, idosos. Acho interessante saber que ao nosso lado, está alguém tão diferente ou tão parecido com a gente. Que existem aqueles personagens da vida real. Aqueles que se permitem encenar todos os papeis em sua vida: hora são mocinhos, hora vilões; com suas histórias tristes ou alegres; fazendo figuração em alguns momentos; participando de monólogos quando estão olhando no espelho e fazendo aquilo que deu vontade: cantar uma música, ensaiar uma bronca, reclamar do corpo que não tá legal, ditar em voz alta os compromissos do dia pra memorizar, etc.

Pessoas passam por nós todos os dias, em todas as horas. Pessoas entram e saem de nossas vidas, todos os anos. Seja por qual motivo for. E pessoas são sempre julgadas sem mesmo serem conhecidas. Então, da próxima vez, antes de julgar alguém pela aparência, conheça-a primeiro. Você não sabe que história ela tem pra te contar, e muito menos a história que vocês poderão contruir juntos.

Esse pots é pra você. Que assim como eu, tem histórias para contar. Sejam elas boas, ruins, tristes, alegres. Histórias são construídas por pessoas. E as pessoas constroem aquilo que há de mais belo: a vida.

P.S.: imagem: tela - Os Operários (1931); de Tarsila do Amaral.

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