Eu estava assistindo televisão e passou uma entrevista com o diretor do novo filme da Disney (Um Faz de Contas que Acontece). Então, durante a entrevista o diretor é abordado pelo repórter com a seguinte pergunta: até a onde pode chegar a imaginação de uma criança? Claro que o diretor respondeu a pergunta, e eu deveria ter prestado atenção - já que estava vendo o programa. Mas a tal pergunta me intrigou muito. Foi aí que perdi o resto do meu tempo pensando sobre aquilo.
Pois bem, você saberia me dizer o que é ser uma criança? Agora claro, não vale me dizer que é um projeto de pessoa pequena, que frequenta o ensino infantil e médio; que não se cansa de perguntar ‘porques’; que chora quando quer algo; que não gosta de comer verdura e que inventa regrinhas para aprender as tabuadas. Não, isso não vale. Não é o que quero escutar.
Outros me responderiam que a criança de hoje obviamente é o futuro que amanhã. E nós (eu e você), o que somos? Seguindo essa lógica eu presumo que somos o futuro de ontem, não estou certo? E então… sendo nós o futuro, ou melhor… o hoje, eu te pergunto: com a maturidade, você teve mais ganhos ou perdas?
Voltando aquela pergunta que o reporter fez e que tanto me intrigou. Eu particularmente acho que a imaginação de uma criança seja infinita, admiro bastante. Não apenas sua imaginação, mas seu comportamento infantil como geral. As crianças brigam umas com as outras por ‘besteira’, mas logo em seguida voltam a se falar por causa da partida de queimada. As diferenças acabam quando a felicidade de uma brincadeira fala mais alto. Durante essa mesma brincadeira, alguma criança (ou até todas) vai levar uma queda, ela não vai ter vergonha de chorar, e logo em seguida vai se levantar, fazendo de conta que nada aconteceu e voltar ao seu jogo.
Essas crianças crescem, e viram pessoas diferentes, como eu e você. Mas uma coisa não muda: a cobrança pela maturidade. O tempo todo ouvimos “você precisa encarar tudo com mais maturidade”, “você é infantil demais, vê se cresce”, “quando você vai agir de acordo com a sua idade?”, etc. E eu me pergunto: o que é ser ‘maduro’?
Ser maduro é deixar de falar com um amigo apenas porquê vocês tiveram uma discursão besta por futebol, politica ou religião? Ser maduro é ter vergonha de admitir um erro. E pior, não tentar conserta-lo ou muda-lo pelo medo de errar novamente, pois o seu orgulho, ele sim, é algo mais valioso, que merece mais atenção e destaque. Isso é ser maduro? De fato, é uma coisa muito boa (sim, estou sendo sarcástico).
Aquela criança que você era a alguns anos atrás tem tantas qualidades quanto a pessoa que você é hoje. Porque subtrair? Porque apagar algumas coisas em nome da maturidade? O que custa ser aquela pessoa esperançosa, criativa, sorridente, carismática, bem humorada, brincalhona, comunicativa e ‘sem vergonha’ que você era até pouco tempo só por causa de uma palavrinha: maturidade, porque?
Será que vale mesmo a pena? Será que não se tem um preço muito alto a pagar apenas para ser o que os outros te cobram? Permita-se ser outra fase da sua vida. Mas não permita que o futuro de amanhã, seja o mesmo erro que se comete hoje.
- Para B. Lima. Uma criança muito grande.
Um comentário:
A força do que você guarda sem si, é o que me faz sentir a delícia da tua escrita!!!
Parabéns pelo Blog, Vim aqui pra deixar uma indicação para o Prêmio Dardos, caso aceite passa no meu blog e veja as Regras..
Bjus
Aguardo!
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