quinta-feira, 21 de maio de 2009

Chocolate


Até hoje não consegui descobrir exatamente o que me prende tanto ao chocolate: se é o seu sabor adocicado ou a sensação de vivacidade que ele presenteia a nossa alma. É como se todo o corpo fosse dominado por uma alegria inigualável. Um bem estar que não é medido com palavras.

Os legítimos boêmios costumam dizer que o chocolate te desperta uma paixão sem ao menos estar amando. Mas eu, particularmente, discordo. Não é possível se permitir apaixonar sem estar amando. Sem estar amando primeiramente a si, as pessoas que te fazem bem, que te fazem sorrir. A paz que encontramos naquele olhar mais verdadeiro.

Se você já sentiu essa mesma sensação inexplicável, vai concordar que essa experiência é um relacionamento amoroso inspirante. O equilíbrio perfeito de um momento doce – e as vezes um tanto amargo – com a pitada da sensação enlouquecedora da paixão. Deve ser exatamente por isso que tanto buscamos esse amigo em momentos delicados, em momentos tristes. Não apenas para alimentar a nossa felicidade, mas para provar a nós mesmos que felicidade nunca saiu de nós, nenhum instante, nem nos piores momentos.

Dias ruins existem, mas dias bons também. Não dá para tentar ser feliz se você só se permite viver deprimido. Lembre-se que os dias bons acontecem por sua causa, e que pequenas coisas podem te fazer bem, te fazer sorrir. Permitir-se apaixonar por si, pela vida.

Creio que a felicidade, assim como a deliciosa sensação que o chocolate causa, seja o grande segredo de tudo, o resto vem parar nas nossas vidas como magia.

sábado, 7 de março de 2009

O Super-Herói

Passam-se os anos, mudam as gerações, mas uma coisa continua a mesma: o fascínio de uma criança por um super-herói. Isso aconteceu com nossos pais, aconteceu com a gente e acontece com aquela criança que está na nossa vida - seja por qual motivo for. Não dá para imaginar uma infância sem aquela figura de que “tudo se pode” para fazer do mundo um lugar melhor.

Certamente esse é aquele tipo de assunto que sempre rende histórias engraçadas, tanto pra mim quanto pra você, e que sempre está incluído aquela capa vermelha (improvisada) do Super-homem, os braceletes (artesanais) da Mulher Maravilha, a máscara (de plástico) do Batman ou da Mulher Gato. Mas também tem sempre aqueles desejos de ter um poder de voar, ser invisível, ser veloz, etc. Lembro-me que quando tinha 6 anos, eu havia encucado que poderia ultrapassar tijolos e voar. Claro que não consegui e isso acabou me rendendo uma cicatriz no braço e uma história pra contar.

O fato é que: quando somos pequenos achamos que podemos tudo, que tudo é permitido e que não há limites. Queremos abraçar o mundo de uma só vez, queremos sentir o poder de proteger o próximo. E eis que crescemos, e vemos que na vida sempre há limites, mas não é por isso que deixamos de ser heróis. Podemos curar doenças; salvar vidas; proteger o meio ambiente; ensinar os outros aquilo que sabemos; passar adiante valores morais; dar um lar, comida e amor a quem não tem. Somos super-heróis porque protegemos, porque cuidamos. Porque todos os dias fazemos uma pessoa acreditar na esperança, acreditar na vida.

Eu cresci e sei que não consegui os tais super-poderes que tanto queria quando era criança. Mas hoje eu consegui ser amigo de um legítimo Super-Homem, e esse texto eu dedico a ele.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A minha, a sua: família.

Estou sempre pensando em relacionamentos. Isso porquê estou sempre ouvindo e discutindo coisas ligadas a relacionamentos. Sejam eles entre namorados, amigos, chefes e colegas de trabalho. Sejam eles de amor ou de ódio (uma palavra bem forte, mas que existe). Relacionamentos, em suas diversas variedades. Mas hoje eu parei para pensar em outro tipo de relacionamento…

Família. Essa palavra que apesar de pequena, nos diz muitas coisas por si só. Coisas boas ou ruins. Mas que na sua grande maioria são boas, afinal, até os defeitos tem seu toque de humor, que acabam futuramente se tornando em risos.

Na correria do dia-a-dia acaba-se deixando passar por despercebido algumas coisas. Como por exemplo, aquele tom de cuidado e preocupação na voz dos seus pais, e que irracionalmente você sempre pensa que eles estão querendo te prender. Os gritos de confusão que você tanto reclama, mas basta ficar só para sentir falta de todos. As histórias que nossos avós e nossos pais nos contam sobre suas vidas; desde a infância, as brincadeiras, as traquinices na escola até o casamento deles. O cheirinho do tempero do almoço que a sua mãe acabou de fazer, quando você chegou em casa após uma manhã cansativa. Ou aquela sobremesa que sua avó preparou só porquê sabia você iria visita-la.

Os amigos são a família que escolhemos a dedo e os amamos pela admiração ao seu carater, ao seu humor, ao seu companheirismo, aos seus conselhos, etc. Mas saber que existem pessoas que se orgulham de nós, que nos protegem e nos amam incondicionalmente sem nenhum motivo aparente, apenas por termos o mesmo sangue, isso é explendido.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Retribuir é tão simples

Existe um ditado popular que diz o seguinte: fazer o bem sem olhar a quem. Concordo plenamente com ele. Nunca se deve fazer uma boa ação pensando na sua resposta, em sua reação. Esse é um ato nobre, e bons gestos devem vir acompanhados da boa vontade, não do interesse.

No entanto, em nosso vocabulário existe uma palavra chamada “reciprocidade”, que é equivalente à troca, retribuição. E usar esse substantivo na pratica nunca é demais, pois a reciprocidade firma laços. Estabelece a confiança. Cultiva o amor com o próximo. Dá um bem-estar a quem estar recebendo e a quem fornece, justamente por ver a felicidade no rosto da outra pessoa.

A reciprocidade está em um abraço, em um beijo, em uma conversa jogada fora, numa fatia de bolo de chocolate, uma palavra carinhosa, um telefonema no meio da tarde, um bilhetinho guardado em um lugar estratégico, num ato de preocupação. Não é preciso de muito e nem de um momento certo para se retribuir algo, qualquer hora é uma ótima oportunidade e qualquer gesto simples é inesquecível.

Não deixe tornar-se invisível o que você sente por aquela pessoa que preenche o seu dia com pequenos gestos – que apesar de singelos, são únicos. Seja recíproco com seus pais, com seus amantes, com seus amigos e com aquele desconhecido que te deseja um bom dia ou te dá um sorriso.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Maturidade: o futuro de amanhã.

Eu estava assistindo televisão e passou uma entrevista com o diretor do novo filme da Disney (Um Faz de Contas que Acontece). Então, durante a entrevista o diretor é abordado pelo repórter com a seguinte pergunta: até a onde pode chegar a imaginação de uma criança? Claro que o diretor respondeu a pergunta, e eu deveria ter prestado atenção - já que estava vendo o programa. Mas a tal pergunta me intrigou muito. Foi aí que perdi o resto do meu tempo pensando sobre aquilo.

Pois bem, você saberia me dizer o que é ser uma criança? Agora claro, não vale me dizer que é um projeto de pessoa pequena, que frequenta o ensino infantil e médio; que não se cansa de perguntar ‘porques’; que chora quando quer algo; que não gosta de comer verdura e que inventa regrinhas para aprender as tabuadas. Não, isso não vale. Não é o que quero escutar.

Outros me responderiam que a criança de hoje obviamente é o futuro que amanhã. E nós (eu e você), o que somos? Seguindo essa lógica eu presumo que somos o futuro de ontem, não estou certo? E então… sendo nós o futuro, ou melhor… o hoje, eu te pergunto: com a maturidade, você teve mais ganhos ou perdas?

Voltando aquela pergunta que o reporter fez e que tanto me intrigou. Eu particularmente acho que a imaginação de uma criança seja infinita, admiro bastante. Não apenas sua imaginação, mas seu comportamento infantil como geral. As crianças brigam umas com as outras por ‘besteira’, mas logo em seguida voltam a se falar por causa da partida de queimada. As diferenças acabam quando a felicidade de uma brincadeira fala mais alto. Durante essa mesma brincadeira, alguma criança (ou até todas) vai levar uma queda, ela não vai ter vergonha de chorar, e logo em seguida vai se levantar, fazendo de conta que nada aconteceu e voltar ao seu jogo.

Essas crianças crescem, e viram pessoas diferentes, como eu e você. Mas uma coisa não muda: a cobrança pela maturidade. O tempo todo ouvimos “você precisa encarar tudo com mais maturidade”, “você é infantil demais, vê se cresce”, “quando você vai agir de acordo com a sua idade?”, etc. E eu me pergunto: o que é ser ‘maduro’?

Ser maduro é deixar de falar com um amigo apenas porquê vocês tiveram uma discursão besta por futebol, politica ou religião? Ser maduro é ter vergonha de admitir um erro. E pior, não tentar conserta-lo ou muda-lo pelo medo de errar novamente, pois o seu orgulho, ele sim, é algo mais valioso, que merece mais atenção e destaque. Isso é ser maduro? De fato, é uma coisa muito boa (sim, estou sendo sarcástico).

Aquela criança que você era a alguns anos atrás tem tantas qualidades quanto a pessoa que você é hoje. Porque subtrair? Porque apagar algumas coisas em nome da maturidade? O que custa ser aquela pessoa esperançosa, criativa, sorridente, carismática, bem humorada, brincalhona, comunicativa e ‘sem vergonha’ que você era até pouco tempo só por causa de uma palavrinha: maturidade, porque?

Será que vale mesmo a pena? Será que não se tem um preço muito alto a pagar apenas para ser o que os outros te cobram? Permita-se ser outra fase da sua vida. Mas não permita que o futuro de amanhã, seja o mesmo erro que se comete hoje.


- Para B. Lima. Uma criança muito grande.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Pessoas


Essa noite fui ao apartamento de uma amiga. Sentamos na varanda em pleno 6° andar e em um certo momento ela foi atender um telefonema - bastante demorado por sinal. Nesse tempo eu fiquei alí, parado na varanda, aproveitando aquele ventinho frio. Foi então que parei para reparar em todas aquelas luzes acesas nas casa e apartamentos espalhados pelo horizonte. Fiquei um tanto impressionado com aquela cena - que no geral sempre nos passa batida, como muitas outras coisas.

Só de imaginar que dentro de cada cubículo brilhoso daquele, tinha dentro uma pessoa ou mais. Cada pessoa dessa com uma fabulosa história de vida; com seus erros, seus acertos, suas perdas, suas ganhas. Que cada pessoa era representante de uma cultura e de uma particularidade diferente; negros, brancos, japoneses, paulistanos, americanos, natalenses, mulheres, crianças, homens, idosos. Acho interessante saber que ao nosso lado, está alguém tão diferente ou tão parecido com a gente. Que existem aqueles personagens da vida real. Aqueles que se permitem encenar todos os papeis em sua vida: hora são mocinhos, hora vilões; com suas histórias tristes ou alegres; fazendo figuração em alguns momentos; participando de monólogos quando estão olhando no espelho e fazendo aquilo que deu vontade: cantar uma música, ensaiar uma bronca, reclamar do corpo que não tá legal, ditar em voz alta os compromissos do dia pra memorizar, etc.

Pessoas passam por nós todos os dias, em todas as horas. Pessoas entram e saem de nossas vidas, todos os anos. Seja por qual motivo for. E pessoas são sempre julgadas sem mesmo serem conhecidas. Então, da próxima vez, antes de julgar alguém pela aparência, conheça-a primeiro. Você não sabe que história ela tem pra te contar, e muito menos a história que vocês poderão contruir juntos.

Esse pots é pra você. Que assim como eu, tem histórias para contar. Sejam elas boas, ruins, tristes, alegres. Histórias são construídas por pessoas. E as pessoas constroem aquilo que há de mais belo: a vida.

P.S.: imagem: tela - Os Operários (1931); de Tarsila do Amaral.

sábado, 17 de janeiro de 2009

L I B E R D A D E.

Nessa última sexta-feira eu estive conversando com um amigo, até que chegamos em um determinado assunto, e ele me aborda com tal pergunta: quais são seus maiores pecados? Na minha resposta se encontravam os quesitos mais patéticos que se pode imaginar, foi então que logo em seguida fiz a mesma pergunta a ele. E depois de ouvir suas respostas, eu senti uma certa inveja. Uma inveja de sua coragem, de sua liberdade com a vida.

Foi então que parei para pensar no que é ser “livre” nos dias atuais. E cheguei a conclusão que o que se mais ouve é: morar sozinho em sua casa própria, ter um emprego fixo com uma ótima remuneração, não trabalhar para ninguém e talvez permitir-se não assumir relacionamentos amorosos para poder conhecer o maior número possível de pessoas.

E é isso. É apenas isso. Fim! Mas… porque fim? Essa própria imagem que se tem hoje da liberdade é limitada. Restrita. Uma vida comum. Uma vida igual a de tantos outros.

Ontem me caiu a ficha de que a tão preciosa ‘liberdade’ não é algo já pronto. Algo determinado. Ela é particular. É pessoal. É singular. Me entende? As suas barreiras a serem quebradas devem nascer de você, não da sociedade.

Sim, dinheiro é bom. Precisa-se dele para viver. Mas não é apenas ele que vai te libertar de seus conflitos pessoais. Não vai ser unicamente ele que irá libertar seu espírito. Busque algo maior para você. E não o comum. Não para exibir aos outros. Mas busque algo que liberte o mais rápido possível uma felicidade completa para sua vida.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Simplicidade.

Essa é uma daquelas palavras que soam bem aos ouvidos. Que fazem o mundo parecer um lugar bem melhor. Que nos fazem tomar um fôlego e pensar em alguém que nos transmite algo bom, algo sutil, algo claro, algo delicado. Algo simplesmente… simples.

A tal da simplicidade sempre foi um ítem muito presente na etiqueta. Mas não é isso que se vê muito hoje. O mundo está repleto de barulho; de cores exageradamente fortes; de palavras e conversas complicadas demais; de tentativas absurdas para ser ouvido, lido, assistido. Comentado!

Se repararmos, é disso que o mundo precisa para se tornar um ambiente melhor. Precisa de uma simples palavra. De um simples gesto. De uma simples conversa. De um simples abraço. De alguns sentimentos simples: amor, compaixão, solidariedade, humildade. Apenas de uma simplicidade maior na alma de cada um de nós.

E essa é só mais uma simples reflexão :)